segunda-feira, 23 de junho de 2014

“Não quero ajudar vagabundo!”

Texto retirado do site Liberzone, da matéria "Os 5 Piores Motivos para Defender o Livre Mercado".


"Você trabalha pesado para garantir seu sustento, poupa seu salário ou seu lucro, sabe que a vida não é fácil e por isso não tem falsa humildade em reconhecer o próprio mérito. Tudo isso é muito bom. O seu mérito é real. Mas lembre-se que um monte de variáveis fundamentais no seu sucesso escaparam à sua escolha. Por isso, não pense que quem depende de assistência estatal é preguiçoso ou desprovido de mérito. As condições que vigoram entre os homens são muito diferentes. Desde a renda com que a pessoa nasce, aos pais que ela tem, às características psicológicas a que ela está predisposta, aos caracteres visíveis pelos quais ela será julgada. Não existe igualdade. Isso não é, em si mesmo, justo nem injusto, é só um dado da realidade.

Ninguém gosta de passar necessidade. A persistência da pobreza extrema num mundo de alta produtividade do capital e do trabalho é um problema. E sabemos que há entraves institucionais sérios para que pessoas pobres andem com as próprias pernas. Leis trabalhistas, entraves burocráticos ao empreendedorismo, impostos, direitos de propriedade incertos, violência, economia concentrada nas mãos de favoritos do Estado; é isso, e não uma suposta preguiça, que dificulta a ascensão econômica dos mais pobres.

Ser libertário não é ser contra a ajuda aos pobres. É ser a favor da ajuda real, daquela que não apenas dá às pessoas acesso ao consumo, mas da que lhes permite integrar o mundo da produção, na medida em que quiserem (pois gerar o máximo possível de renda também não precisa ser o objetivo de ninguém). A ideia é que os mecanismos assistenciais sejam extintos não deixando seus dependentes na mão, e sim fazendo com que cada vez menos pessoas dependam dele. 

A ideia, aliás, de que haja alguma oposição entre classes sociais é a marca do pensamento de esquerda: uns são pobres porque outros são ricos, ou ainda: para ajudar os pobres é preciso tirar dos ricos. O libertarianismo quebra com esse erro de milênios (muito anterior a Marx). Por isso é um contrassenso aceitar a doutrina do conflito e colocar a classe média contra os pobres, como se esses fossem parasitas daquela. O atual sistema corporativista, estatista, intervencionista, não é bom para os pobres às custas da classe média. Ele é ruim para todos. Defender a liberdade é rejeitar doutrinas de luta de classes, seja do lado que for."
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